Eu sei que MUITAS pessoas não gostam de clássicos da Literatura, como livro do qual farei a resenha hoje, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assim. Contudo, eu sei que além de mim, há mais pessoas que gostam e também há aqueles que precisam de um pouco de incentivo para gostar! ;)
Publicado em 1881, este romance é o marco do realismo na literatura brasileira. Surgiu, primeiramente, em forma de folhetim. Depois de morto, Brás Cubas resolve escrever a sua autobiografia. As lembranças vêm fragmentadas, cabendo ao leitor organizá-las para acompanhar o relato. De tudo que narra, ressaltam-se os seus amores na juventude e o encontro com o amigo Quincas Borba.
Título: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Autor: Machado de Assis
Editora: Egéria
Páginas: 199
Eu li este livro quando tinha uns 10 anos e encontrei ele em uma estante aqui em casa, e por mais que o dicionário teve que ficar ao meu lado para eu entender várias partes do livro na época, pela escrita bem antiga e palavras que já entraram em desuso, eu já me encantei pelo livro desde então e já o reli algumas vezes.
O livro é narrado por Brás Cubas, após sua morte. Ou seja, ele já começa o livro informando que está morto e então conta sua história.
Já me apaixonei pelo começo, a dedicatória do livro, que é super inusitada:
"Ao verme, que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas".
Brás Cubas era um garoto mimado, de uma família rica. E como ele cita no livro, era chamado de menino-diabo, imaginem então o quanto sabia ser incomodo. Ele cresce e vemos que sua adolescência foi de um garoto mimado, onde ele se apaixona por Marcela, uma espanhola a quem ele dá muitas jóias e demais presentes caros (mais do que pode). Logo ele se depara com novas experiências, inclusive fora do país, contudo retorna e passa por perdas que realmente o afetam. E enquanto isto, seu pai continua a ficar traçando o que será melhor para o futuro dele (carreira política e casamento).
Ao longo da história, Brás nos relata todo o decorrer da vida. A narrativa ficou excelente, passando em dois tempos. Um de Brás Cubas já morto, ou seja, seria o que ele pensa sobre os acontecimentos que relata, e outro no tempo que já se passou, a cada momento da história.
Para quem gosta de personagens sarcásticos vai amá-lo, Brás Cubas não é nenhum herói, nem bom moço ou coisa do tipo. Seus relatos em grande parte vêm cheios de ironia e sarcasmo. E ao mesmo tempo, pode-se com a história (principalmente o último parágrafo), fazer uma reflexão sobre nossa própria vida.
Acho interessante, principalmente depois de ler este livro, ficar pensando o que eu poderia contar da minha vida, o que vou levar da vida e o que vou deixar pra quem ficar aqui. Enfim, não pense que é um livro do estilo psicológico ou drama, eu apenas acho interessante estas questões, decorrente da vida que nos é relatada no livro.
Eu indico muito os livros que já li de Machado de Assis, e aos poucos eu vou relendo e fazendo as resenhas por aqui. Comecei por este porque é o meu preferido do autor.
Beijos,
Carol
Classificação do livro: